Por que te distrais, ó homem mundano?
O que pretendes com tantos afazeres?
Como sabes onde queres chegar
Se não paras sequer um segundo
Para olhares teu caminhar?
Por que tanta pressa para teres mais,
Se o que tens jamais te basta?
Qual a tua medida?
Por que andas de olhos fechados por dentro,
E esbugalhados por fora?
Que medo tens de ti mesmo
Que não te aturas
Em momento algum?
Eterno buscador do outro...
Acreditas encontrar ali,
O que te deram em primeira mão.
Sabes tanto da última tecnologia.
Mudas de máscara dia após dia.
E não te permites por um ínfimo segundo
Entreter-se dentro de teu próprio mundo.
Não desconfias de nada?
Olha para o que chamas de vida.
A vida flui,
Não aposta corrida.
A vida encontra caminhos,
Não só redemoinhos.
A vida é feita de questões,
Não só soluções.
Se em tua vida,
Há escassez de mortes
E um amontoado de sortes.
Talvez seja este o motivo,
Que teu próprio Ser não te suportes.
Maria Inez de A. Leme Guimarães
Forte isso:
ResponderExcluir"Olhos fechados por dentro e esbugalhados por fora"
Me faz pensar na carapuça e na carapaça... Um poeminho que logo vai nascer...
Gostei disso irmã!