quinta-feira, 23 de maio de 2013

Buscador do outro



Por que te distrais, ó homem mundano?
O que pretendes com tantos afazeres?

Como sabes onde queres chegar
Se não paras sequer um segundo
Para olhares teu caminhar?

Por que tanta pressa para teres mais,
Se o que tens jamais te basta?

Qual a tua medida?

Por que andas de olhos fechados por dentro,
E esbugalhados por fora?

Que medo tens de ti mesmo
Que não te aturas
Em momento algum?

Eterno buscador do outro...

Acreditas encontrar ali,
O que te deram em primeira mão.

Sabes tanto da última tecnologia.
Mudas de máscara dia após dia.
E não te permites por um ínfimo segundo
Entreter-se dentro de teu próprio mundo.

Não desconfias de nada?

Olha para o que chamas de vida.

A vida flui,
Não aposta corrida.

A vida encontra caminhos,
Não só redemoinhos.

A vida é feita de questões,
Não só soluções.

Se em tua vida,
Há escassez de mortes
E um amontoado de sortes.

Talvez seja este o motivo,
Que teu próprio Ser não te suportes.



Maria Inez de A. Leme Guimarães