Olho para minha vida
E vejo cadáveres de mim
mesma
Como são belos
Como foram frutíferos
Notáveis
Imprescindíveis
Permanecem por fora
Prosperam por dentro
Quantas lutas
Quantos lutos
Quão bem vindos lutos.
A tristeza de uma agrura
É nascente de suprema
felicidade
Marcamos encontro com a
felicidade
Desviamos do caminho
estreito.
Queremos sorrir primeiro,
pra depois quem sabe,
Derramar lágrimas
anestesiadas
Os sorrisos não chegam
As lágrimas seguramente sim
E culpamos o outro.
Porque o espelho só serve
para refletir a beleza
Os defeitos jamais me
pertencem
Acumulemos cadáveres em vida
Para que a morte física seja
uma passagem só de ida