quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Passagem de ida



Olho para minha vida

E vejo cadáveres de mim mesma


Como são belos

Como foram frutíferos


Notáveis

Imprescindíveis


Permanecem por fora

Prosperam por dentro


Quantas lutas

Quantos lutos


Quão bem vindos lutos.


A tristeza de uma agrura

É nascente de suprema felicidade


Marcamos encontro com a felicidade

Desviamos do caminho estreito.


Queremos sorrir primeiro, pra depois quem sabe,

Derramar lágrimas anestesiadas


Os sorrisos não chegam

As lágrimas seguramente sim


E culpamos o outro.


Porque o espelho só serve para refletir a beleza

Os defeitos jamais me pertencem


Acumulemos cadáveres em vida

Para que a morte física seja uma passagem só de ida

Um comentário:

  1. Que lindas palavras e ensinamentos de vida.Será que toda vida humana é UM VALE DE LÁGRIMAS?beijos

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