segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Parque de Diversões



 
 
Nos melhores casos, o ser humano passa alguns anos da sua vida
 
Dormindo.
 
Nos mais graves, e infelizmente, mais comuns
 
Dorme durante toda a vida.
 
Dorme enquanto recebe educação
 
Dorme enquanto é inserido numa cultura
 
Dorme enquanto estuda para ser alguém
 
Dorme enquanto acredita que se torna esse alguém
 
Dorme enquanto alimenta o ego desse suposto alguém
 
Dorme enquanto acha que está acordado
 
Dorme brincando de viver
 
Brincando de construir pedra sobre pedra
 
E nem imagina que a maior e mais bela construção só tem início
 
Com a demolição desse imenso parque de diversões.
 
Os que acordam
 
Não querem mais brincar neste parque
 
Mas os que se nele permanecem não conseguem compreender porquê
 
Talvez pelo mesmo motivo que os habitantes da caverna de Platão.
 
Eles viveram anos acreditando na sombra
 
E a Luz, ao invés de iluminá-los
 
Cega seus olhos
 
Fechá-los acaba sendo a solução mais fácil
 
Do que encarar a luz e viver uma vida de verdade.
 
O ser humano vive da mentira
 
Penteia e alisa seu ego diariamente
 
Distanciando-se cada vez mais daquilo que está mais perto
 
Sua Essência.
 
Alguns buscam esse reencontro
 
Mas ainda assim não conseguem se aproximar
 
Porque não percebem que são mais macacos pulando de galho em galho
 
Se vangloriam por terem se desapegado de determinadas efemeridades
 
E em seguida se apegam a uma religião, a uma crença, a uma escola espiritual, ou a algo do gênero
 
E desta forma, nunca se dão conta de que a luz sempre pareceu estar fora da caverna
 
Mas jamais esteve fora de si mesmo.

Um comentário:

  1. Essa coisa do adormecimento e dos macacos realmente chama a atenção!

    Desde o Platão até o Prosac, parece que parte significativa de nós estacionou neste parque!

    Mas tudo é tão gostosinho...

    Sobre Macacos e Humanos vale ver: http://youtu.be/FZzcDru52oM

    Que a luz seja!

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